Experimente o veganismo nesta Quaresma – e deixe a crueldade de lado

Por Katrina Fox

A Quaresma é um período de reflexão! É o momento em que os cristãos se arrependem de seus pecados. Não importa se você é uma pessoa de fé ou não, essa é a hora de familiarizar-se com a realidade da pecuária e evitar a dor e o sofrimento de seres sencientes.

Você pode contribuir para o fim da:

Crueldade com as galinhas

As galinhas de granjas são presas em pequenas gaiolas e dividem esse espaço escasso com milhares de outras aves. Para evitar que elas se biquem nesse lugar cheio de estresse e angústia, seus bicos são cortados com uma guilhotina aquecida. Além de ser um processo extremamente doloroso, ele impede que essas aves possam se alimentar normalmente pelo resto de suas – curtas – vidas.

Estas galinhas são forçadas a botar ovos sem parar e, depois de cerca de um ano e já com os seus corpos “desgastados”, elas são retiradas das gaiolas, colocadas em caixas, transportadas para o matadouro e acorrentadas de cabeça para baixo numa esteira rolante onde ficam esperando pelo abate. Durante este processo, elas sofrem diversas fraturas.

Não podemos nos esquecer ainda dos pintinhos – aqueles bichinhos fofinhos que vocês e os seus filhos devem adorar: com apenas um dia de idade, eles são triturados vivos. Horrível, não é? Como não dão lucro para a indústria dos ovos, o destino deles é a trituradora.

Galinhas, patos e perus – aves massivamente confinadas dentro de um galpão –, não recebem qualquer tipo de cuidado especial. O resultado disso é o sofrimento. Elas acabam morrendo sem nunca terem recebido cuidado de um veterinário que pudesse tratar suas doenças, infecções ou lesões.

Exploração das vacas

A indústria de laticínios foi estabelecida com base no controle dos sistemas reprodutivos das fêmeas não-humanas (um tema pertinente na era do movimento #metoo e da luta constante das mulheres pelo direito sobre seus próprios corpos e questões envolvendo a gravidez).

As vacas são engravidadas de forma contínua para que nunca parem de produzir leite. Os filhos (que carregaram durante nove meses, assim como as mães humanas) e o leite delas são roubados. Esse leite – que é natural e perfeitamente formulado para o desenvolvimentos dos bezerros – é fornecido aos humanos, mesmo não sendo necessário para os nossos corpos. É bizarro o fato de a nossa espécie ser a única que bebe leite materno após a infância e, ainda por cima, proveniente de outro mamífero!

As vacas choram de tristeza quando perdem suas crias. As tetas extras e os chifres das fêmeas são retirados sem anestesia e, em alguns países, isso também inclui o rabo.

Máquinas de ordenha acopladas ao corpo da vaca podem causar infecções dolorosas nas tetas, como a mastite. Este ciclo de gravidez forçada, parto, roubo e luto continua até que o corpo da vaca não aguente mais – momento em que estes animais gentis, curiosos, inteligentes e brincalhões são enviados, num ambiente de total terror, para o abate.

Assim como acontece com os pintinhos na indústria dos ovos, os bezerros machos são vistos como produtos que “sobraram”. Em muitos lugares do mundo, eles são presos em jaulas e expostos a situações perversas, como a fome, antes de serem abatidos.

Tortura dos porcos

As porcas são inseminadas à força e muitas são mantidas em espaços minúsculos, onde, muitas vezes, não conseguem nem se mexer. Além disso, acabam enlouquecendo de tédio, pois são criaturas que precisam de convívio social. Elas são mantidas assim por toda a vida e estão sempre grávidas. Depois de darem à luz, são forçadas a amamentar os seus filhotes dentro de celas de gestação sem espaço suficiente para conseguirem encostar neles ou acariciá-los.

Os porcos são ainda mais inteligentes do que os cães – não que o nível de inteligência deva ser referência para determinar a quem prejudicamos. No Ocidente, nós ficamos horrorizados por saber que, em outros países, cães e gatos são torturados e mortos, ignorando o fato de que fazemos exatamente o mesmo com os porcos (e outros animais).

Assim como acontece com as galinhas criadas para a indústria alimentícia, os porcos são seres sensíveis que vivem e podem morrer meio a seus excrementos. Devido aos números populacionais, muitas vezes eles nem recebem tratamentos contra dores e doenças.

E não é só isso! Os porcos são enfiados em caminhões, centenas de uma vez só, e transportados em direção aos matadouros em viagens – sem água ou comida – que duram entre 24 e 72 horas. Quando chegam, eles e ouvem os seus amigos e familiares gritarem enquanto são abatidos.


Na Austrália, por exemplo, os suínos são forçados a entrar em câmaras de gás para serem “imobilizados” com dióxido de carbono. Dizem, no entanto, que esse método cruel de abater esses animais dóceis é “humano”. Os porcos, assim como outras espécies, ficam conscientes e sentem tudo na hora em que as suas gargantas são cortadas e o sangue é lentamente jorrado.

Esta é a realidade das práticas de uma indústria que, além de causar vários traumas nos animais que lutam por suas vidas, também são responsáveis pelos graves problemas de saúde mental de seus trabalhadores.

Dores em peixes e outros animais marinhos

A crueldade praticada com os animais marinhos é algo constantemente ignorado. Existem provas científicas de que os peixes são sencientes e capazes de sentir dor física e emocional, assim como caranguejos, lagostas e outros crustáceos.

A dor sentida por eles quando os anzóis fisgam suas bocas é, certamente, muito intensa, igualando-se ao momento em que são arrastados pelo fundo do mar e sufocados até a morte ou despedaçados ainda com vida.

Outros animais marinhos também são prejudicados pela pesca industrial: milhões de peixes são retirados do oceano por meio de redes enormes. Neste processo, outras espécies – baleias, golfinhos, botos, tubarões, estrelas-do-mar, esponjas, tartarugas e até mesmo aves marinhas mergulhadoras, como o albatroz – são capturadas e ficam sujeitas a uma morte lenta e dolorosa.

Os peixes também são criados em escala industrial em um processo chamado aquacultura. Além de causar uma série de problemas ambientais e de saúde, esse processo é extremamente cruel. A aquacultura faz com que populações maciças de peixes sejam mantidas em tanques-rede, sendo obrigados a viver em meio aos seus próprios excrementos e forçados a se alimentar dos restos mortais de seus amigos e parentes selvagens.

Por estas e muitas outras razões, a Quaresma é a ocasião perfeita para você deixar a crueldade de lado e priorizar a compaixão. Baixe o Guia de Veganismo para Iniciantes.

Katrina Fox é jornalista e consultora de relações públicas e já escreveu para uma grande lista de meios de comunicação impressos e on-line no Reino Unido, nos EUA e na Austrália. Vegana há 21 anos, é a fundadora do VeganBusinessMedia.com, que fornece recursos, consultoria e formação para empreendedores, autores e criativos veganos. Nascida no Reino Unido, Katrina hoje mora em Sydney e é a coordenadora da Million Dollar Vegan na Austrália.

 

Quer aderir ao veganismo?

Escolha o veganismo

Já adotou o veganismo?

Faça a diferença