2019 pode entrar para a história como o ano em que o veganismo se tornou popular
A The Economist, revista internacional de negócios disse que 2019 é ‘o ano do veganismo’, enquanto o gigante do delivery, Uber Eats, fez a previsão de que refeições veganas vão liderar as tendências globais.
Enquanto supermercados e franquias de restaurantes ao redor do mundo lutam para oferecer mais produtos que não sejam de origem animal, vale a pena questionar: ‘Por que tantas pessoas estão se tornando veganas?’.
A Geração Y guia e as empresas e governos seguem-na
De acordo com John Parker, editor da The Economist, os millennials (pessoas nascidas mais ou menos entre 1980 e o início dos anos 2000) estão adotando o veganismo – enquanto empresas e governos gradualmente seguem o mesmo caminho.
Uma pesquisa de mercado realizada nos Estados Unidos aponta que essa geração é mais propensa a se tornar vegana ou vegetariana do que as gerações anteriores, mostrando que 15% dos millennials seguem esse estilo de vida.
Em uma escala global, 70% da população mundial afirma ter reduzido o consumo de carne ou ter tirado de vez o item do cardápio.
A justificativa para abraçar a causa possui três pilares: preocupação com o meio ambiente, o bem-estar animal e a saúde – todas trazendo razões convincentes para as pessoas se tornarem veganas.
Preocupação crescente com o meio ambiente
O impacto das mudanças climáticas vem afetando cada canto do planeta, com eventos climáticos extremos em níveis nunca vistos antes.
Um recente artigo das Nações Unidas alertou que a comunidade internacional tem apenas 11 anos – até 2030 – para atingir o limite do aquecimento global, com 1.5 graus acima dos níveis pré-industriais.
Cientistas advertem que, se nenhuma mudança for feita, o mundo se transformará em uma cascata descontrolada de mudanças climáticas – com consequências catastróficas.
A pecuária é responsável por 14,5% da emissão de gases com efeito estufa, mais do que todas as emissões de combustível de todos os meios de transporte do mundo.
A atitude mais efetiva que cada um de nós pode tomar para desacelerar as mudanças climáticas é reduzir ou eliminar produtos de origem animal da nossa vida – e todos os anos, mais e mais pessoas estão dando esse passo.
Crueldade animal já não pode mais ser ignorada
O surgimento das redes sociais trouxe notícias, informações e imagens de todo o mundo para a palma das nossas mãos em instantes.
Para muitos, o absurdo sofrimento dos animais mortos pela pecuária já não pode mais ser ignorado – já que muitos documentários, sites e grupos ativistas estão registrando as terríveis condições nas quais eles se encontram.
Durante a 2ª Guerra Mundial – o conflito mais letal da história da humanidade – mais de 60 milhões de pessoas foram mortas ao longo de 6 anos. O mesmo número de animais morre para fornecer alimento para a América a cada dez horas.
Com essa informação desanimadora, vem junto a responsabilidade de tomar decisões mais gentis, éticas e sustentáveis.
A boa notícia é que nunca houve melhor momento para se tornar vegano, já que cada vez mais o mercado traz alternativas à carne, ao leite e aos ovos de forma acessível, conveniente e, principalmente, deliciosa.
Produtos veganos estão bombando
As vendas de novos produtos veganos vem crescendo ao redor do mundo, na medida em que a demanda internacional de comidas e bebidas livres de crueldade animal aumentou.
Somente nos Estados Unidos, a venda de produtos veganos cresceu em 8,1% em 2017 – com o valor de mercado alcançando mais de US$ 3,1 bilhão.
Redes de restaurantes globais como Burger King, Domino’s, Starbucks, Subway e Taco Bell já lançaram cardápios dedicados a veganos – enquanto as principais franquias, como o McDonald’s, estão investindo fortemente no desenvolvimento de novos produtos.
A agência Mintel, destaque em informações sobre o mundo dos negócios, relatou que o lançamento de produtos veganos mais que dobrou nos últimos 5 anos, crescendo cerca de 175% de julho de 2013 até junho de 2018.
Supermercados competem cada vez mais pelo espaço no mercado vegano, enquanto celebridades e grandes empreendedores estão investindo em startups de carnes de laboratório.
Tudo isso mostra – seja enquanto você visita um novo restaurante ou faz sua compra do mês – que nunca foi tão fácil o acesso a uma grande variedade de deliciosos e nutritivos alimentos veganos como é hoje em dia.
Já falamos sobre como ser vegano é mais saudável?
Junto com essas mudanças globais nas atitudes e no cardápio, a boa notícia é que uma dieta vegana balanceada é mais saudável para todos.
Em 2016, a Academia de Nutrição e Dietética (maior organização de alimentos e nutrição dos Estados Unidos) declarou sua posição sobre veganismo e vegetarianismo: “Uma alimentação vegetariana ou vegana bem planejada é saudável, nutricionalmente adequada e pode trazer benefícios à saúde para a prevenção e tratamento de certas doenças”.
A instituição reconhece que uma alimentação sem carne, leite e ovos é apropriada para todas as etapas da vida, e oferece um risco reduzido de certas condições de saúde – incluindo doenças do coração, obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e certos tipos de câncer.
Uma alimentação vegana – caracterizada por um baixos níveis de gorduras saturadas e uma alta ingestão de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, soja, nozes e sementes – também possui um baixo grau de colesterol e fornece um melhor controle da glicose.
Como qualquer dieta, há algumas considerações que devem ser feitas sobre sua saúde – e é aconselhado que veganos busquem integrar fontes confiáveis de vitamina B12 em seu cardápio através de suplementos e comidas fortificadas.
No mais, aderir ao veganismo é ser mais gentil com o nosso planeta, com os nossos amigos animais e com o nosso corpo. Aproveite a Quaresma para experimentar! Não há melhor época na história para se tornar vegano do que a nossa.
Para dar seus primeiros passos no veganismo, faça o download do nosso para Iniciantes.