O veganismo não está apenas se espalhando em países do norte global; está dominando diferentes regiões do mundo, conforme aumenta o acesso ao conhecimento sobre saúde, prevenção de pandemias e combate à crise climática com uma alimentação à base de plantas.
Em toda a África, podemos ver um reflexo desse movimento global com um crescimento contínuo no número de restaurantes à base de plantas no continente. O HappyCow, um aplicativo que auxilia vegetarianos e veganos do mundo inteiro a encontrar lugares para comer, agora lista mais de 900 restaurantes com opções veganas no continente africano; mais da metade deles foram abertos nos últimos dois anos.
Embora grandes centros urbanos como Cidade do Cabo e Joanesburgo (África do Sul), Nairóbi (Quênia) e Accra (Gana) estejam na dianteira desse crescimento, o veganismo chegou até mesmo a vilarejos, escolas e comunidades isoladas, onde as pessoas também desejam lutar contra as mudanças climáticas e melhorar sua saúde da mesma forma como ocorre em outros lugares do mundo.
O veganismo em Uganda
Em Busembatia, uma pequena cidade localizada no extremo norte do distrito de Iganga, em Uganda, Muwanika Brian, um dedicado ativista vegano, trabalha para melhorar a saúde e as perspectivas de crianças órfãs, ensinando-as a ver os animais como criaturas amadas por Deus em vez de comida e demonstrando como um sistema alimentar à base de plantas pode beneficiar a saúde tanto individual quanto coletiva.
A África enfrenta muitos dos sérios desafios ambientais e de saúde que o veganismo ajuda a combater. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardíacas e os diversos tipos de câncer superaram as doenças infecciosas, como a cólera e o sarampo, no que se refere ao seu custo econômico para o continente. Grande parte do território africano já sente os efeitos das mudanças climáticas, à medida que secas e enchentes se tornam mais frequentes, e mesmo assim imprevisíveis, causando estragos para os agricultores e ceifando vidas.
Muwanika Brian destaca o fato de que uma alimentação baseada em plantas não é uma tendência nova; é simplesmente um retorno a vários tipos de alimentação tradicional africana; alimentação rica em arroz, feijão, além de vegetais e frutas locais.
Uma alimentação tradicional é à base de plantas
“Uma alimentação à base de plantas é uma forma poderosa de alcançar boa saúde. É por isso que as crianças e famílias da minha comunidade precisam retornar a essa forma mais tradicional de comer. Alimentos à base de plantas são ricos em fibras, cálcio, proteínas e muitos outros nutrientes que permitem nosso desenvolvimento. Não precisamos matar animais para comer; temos que protegê-los. Eles têm tanto direito a uma vida plena quanto nós. É por isso que ser vegano é melhor; é por isso que o veganismo é o futuro”. – Muwanika Brian.
Durante o mês de novembro, Million Dollar Vegan, em parceria com Muwanika Brian e voluntários locais, vai distribuir refeições veganas e outros alimentos à base de plantas para famílias e crianças órfãs afetadas pela pandemia em Busembatia, Uganda. Por meio dessa ação, que também vai levar informação sobre os benefícios de uma alimentação à base de plantas e sobre as consequências da exploração de animais para consumo, Muwanika Brian espera mudar a forma como sua comunidade enxerga os alimentos.
“Quero que a alimentação consumida por minha comunidade a fortaleça em vez de colocá-la em risco. O veganismo é para mim, o veganismo é para eles, o veganismo é para os animais, o veganismo é para o planeta – o veganismo é global!” Muwanika disse.